quarta-feira, 26 de abril de 2017

ATÉ MAIS VER

JUVENTUDE ESVAÍDA

Ah, se eu fosse ainda jovem!
Faria tudo diferente do que até agora fiz então.
Primeiro, não aceitaria nunca depender de qualquer um que fosse pra que esse não tivesse o direito de se intrometer na minha vida nunca, jamais.
Aproveitaria ao máximo o tempo e não ficaria parada esperando a vida passar.
Esse, o tempo, nunca mais volta quando é perdido, esvaído, desperdiçado.
Teria diplomas de tudo que é imaginável, seria um ás, inabalável.
Se voltasse atrás, meus filhos desde pequenos eu os poria pra entender na prática de tudo um pouco, e não ficaria só na teoria.
Sonhar é bom também, mas não é correr pra fazer e poder na realidade ter.
As conquistas valem tudo aqui. 
Agora é que eu entendo isso.
Porque às vezes a gente tem que envelhecer pra que a cabeça consiga entender muitas das coisas erradas praticadas?
Alguns no entanto já nascem de cabeça feita pra enfrentar qualquer coisa, qualquer tipo de problema que a sua frente se apresente.
Se eu pudesse voltar atrás, queria já vir pronta ou quase pronta pras lutas da vida poder olhar e de frente também encarar... 

LAURA VÁLIO

terça-feira, 25 de abril de 2017

CICLOS

As abelhinhas se foram e parece que agora é para sempre.
Como fazem falta quando me sento - e sempre sentei de frente quase pra elas - e não as vejo mais.
É triste, muito triste!
Elas me alegravam os dias quando estes estavam parados, sem sequer um som ao menos.
Talvez outras voltem no mesmo ninho, um dia, quem sabe...
Agora me restam os passarinhos, porém, não é sempre que eles estão cantando no meu quintal.
Estão, portanto, escassos ficando.
Por que tudo tem que ter um fim?
Sabemos que as coisas têm que se renovar, mas é tão difícil aceitar!
Uns vão, outros vêm; assim é o ciclo da vida.
Os que vão para o além não voltam jamais; isso é que é mais triste pensar.
Somos por outros substituídos. 
Que doído!
Eu ainda estou presenciando a renovação; daqui a pouco irei também viajar para nunca mais voltar.
Quem virá no meu lugar?

LAURA VÁLIO

QUEM DERA!


Poetisa; quem me dera!
Escrever é só por prazer,
não sou nenhuma fera.

Gosto de falar, 
de me expressar.

Faço rimas, faço versos
me viro até do inverso,
mas nas palavras difíceis tropeço.

Uso simples vocabulário,
nada de extraordinário.
Quero que todos entendam
e que ao ler não se ofendam.

O simples, às vezes, é belo
e isso é o que quero:
passar para outros, espero. 

 LAURA VÁLIO

segunda-feira, 17 de abril de 2017

SERÁ DEPRESSÃO?

Fazem parte da vida do ser humano,
desde que o mundo é mundo:
angústia, tristeza, saudade, solidão...

Não se sabe o porquê
das pessoas se sentirem assim
e, afinal, chamam de depressão.

Quando ouço músicas ao longe tocar,
por exemplo,
chega a me dar uma coisa que não sei explicar;
parece que tem algo me esperando,
algo me chamando,
parece haver um lugar me aguardando...

É difícil entender, mas chega realmente
a dar um negócio por dentro
inexplicável,
indecifrável.
Resultado de imagem para depressão 
A vontade que se tem é de chorar
e de sair correndo não se sabe pra onde
e nem por que.
Sempre senti e ainda sinto isso;
só não sei até agora qual o motivo disso...

LAURA VÁLIO

domingo, 16 de abril de 2017

REZAR MODA


Antigamente, quando os sinos badalavam era gente nas missas de montão.
Prestar atenção no padre?
Não!
Era uma exibição total; desfile de modas praticamente.
Um tal de reparar, falar mal e da vida inteira do outro saber, que Deus nos acuda!
As pessoas não iam rezar, iam fofocar.
A igreja parecia salão de beleza! 
O padre ia falando e as pessoas só no outro olhando... 
Se aquele estivesse mais bem vestido era motivo pra torto olhar e com inveja praga rogar.
Sequer perguntavam se estavam ou não agradando a Deus, então.
Que tolice!
Que são roupas e sapatos?
Servem para cobrir e calçar, mais nada. Então, qualquer pedaço de pano no corpo e de chinelo no pé serve!
É ou não é?
Quando se morre não se leva nem cisco. Todos vamos pelados mesmo. Pra que tanta frescura em vida? Não tem porquê!
Hoje, ainda é assim, agora e principalmente nas igrejas evangélicas. 
A católica não chega a tanto como era antes.
Se é pra reparar, fique na casa.
Se for pra orar realmente, vá a Deus buscar...

LAURA VÁLIO
 

segunda-feira, 3 de abril de 2017

"MEU LAR"

Na linha do horizonte, detrás daqueles morros
onde o vento é uivante, castigante,
os dias passam devagar.
As noites são também morosas,
porém tenebrosas.

As nuvens corridas são quase fechadas;
às vezes se abrem pra lua gloriosa, esplendorosa mas arredia.

Tudo é feio e macabro na calada da noite no morro,
mas lá é onde eu nasci,
onde cresci, e vivo do jeito que escolhi.

Uma casa pequenina,
um cachorro no quintal, um gado, umas galinhas.
Que querer mais?
Imagem relacionada 
Não é belo mas é o meu elo.
Dele eu tiro todo o sustento,
pois apesar de tudo
ele é o meu viver, o meu vencer, meu alento.


LAURA VÁLIO