Sou branca, não sou muito chegada com a minha cor e nem me dou com muitos brancos, mas não vivo pensando nisso e convivo.
Viver lembrando e chamando à tona, o preconceito não vai acabar.
Se a gente ficar batendo nessa tecla sempre, isso nunca vai ser esquecido, terminado.
O branco tem preconceito do branco, assim como o negro tem do negro.
O que este sente contra o branco não deixa de ser também, não é? Quando ele nos olha, não vamos ser hipócritas; a maioria não gosta.
Tem uns que nos chamam de barata descascada, branco azedo, lesma... Se a gente fosse fazer conta, vivia só guerreando.
De todas as raças e das mesmas, sabemos que a coisa bate e volta; é recíproca, porque viver discutindo? É assim, infelizmente.
Existe gente de todos os tons, sem pernas, sem braços, vesgo, torto, manco, com síndrome de Down, gays, homossexuais, travestis, gordos, esqueléticos, que sofrem o que agora chamam de bulling que é o mesmo preconceito.
A escravidão aconteceu, foi forte, doeu, porém, passou.
Por que esse assunto não sai da roda, da prosa?
Estamos aqui na esperança, na crença de aprender e conviver com todo tipo de diferença.
Eu nunca vi esse problema. Pra mim, nunca olhei pela cor do negro; olho como um ser humano igual a mim. Portanto, deve existir muita gente que vê e pensa como uma coisa normal, assim como eu, espero.
Estudei com alguns e convivi com primos. Amava o meu tio negro que valia mais que muitos brancos.
Existe o japonês, o chinês, que são amarelos e de olhos puxados; o alemão, vermelho, e muitos não gostam, mas nem por isso esse assunto vive rodando.
Não é só o branco que se dá bem na vida; assim como ele, há muito negro lindo, rico, inteligente, distinto e que está na ativa: modelo, ator, cantor, executivo, político, até juiz.
O esforço e a força de vontade de cada um não dependem da sua cor; independente disso todo mundo tem lá o seu valor.
Tons como o branco, o azul, o verde escuro, não sou chegada, mas nada a ver; não vou fazer guerra por isso.
A natureza não é feita de cores?
A gente não vive e sobrevive com elas?
Nenhuma ave, nenhum animal, nenhum ser vivo é semelhante. Cada um tem a sua espécie, a sua cor, a sua beleza, o seu esplendor.
Nenhum ser humano tem também que ser igual; não façamos disso algo fatal.
Deus colocou cada um de nós neste mundo do jeito e da cor que ELE quis. Não vamos agora viver discutindo eternamente e, sim, tentar conviver com as diferenças, pois elas existem, estão aí e sabemos que seja como for não é só e apenas pelo fato da cor.
LAURA VÁLIO
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