terça-feira, 7 de março de 2017

CARNAVALANÇA

Carnaval; infernal!
Dança da carne, da podridão, da prostituição.
O diabo é quem fica feliz.
Deve mil vezes gozar, vendo pandeiros passar.
Palhaçada, vagabundagem, deslealdade, mentira, bagunça, profanação.
Comer, beber, pegar, beijar, ficar, prometer...
Todo tipo de pecado cometer.
Pra encher a pança, avança.
Saracotear, girar, rodar, rodopiar, entrar na dança.
De latinha na mão lá vai o povão.
Onde tem roda de samba, ele está na corda bamba.
Desagua na rua, que pensa ser sua.
É só lambança, é farra pra toda banda.
Velhos e adultos e até criancinhas rodando bolsinhas.
Atrás do trio elétrico, quem ainda não morreu, vai levando choque pra frente, por trás, por cima, por baixo.
Pra todo lado que se olha tem bumbum de fora.
Pessoas se rebolando, remexendo, revirando, contorcendo, descabelando, travestindo, se desmanchando.
Tanta droga na cabeça, que fica difícil imaginar como ao "normal" voltar.
Normal?
Assim é que se vai, assim é que se vem.
Não sei onde isso vai dar, nem onde há de parar.
Não sei como fazem filhos com a cuca louca, só que depois de nove meses o resultado vem que é uma beleza.
De que adianta a pílula, a camisinha de graça?
Dá dó é das crianças a mais que são jogadas como se fossem lixo, sem nenhuma esperança por este mundão.
Nascem já fadadas à perdição.
Que pena!
Que cena!

Laura Válio.

Nenhum comentário:

Postar um comentário