sexta-feira, 3 de março de 2017

LABIRINTO

Acompanhada de uma colega, minha filha e não sei bem se era meu neto ou o meu filho, me vi dentro de uma casa espaçosa, bonita, com cômodos bem grandes e arejados.
Um casal e duas crianças nos receberam sorrindo.
Permanecemos ali por um bom tempo.
Conversamos, tomamos café, comemos. Sentamos depois à beira de um riacho e rimos bastante naquele instante.
Quando nos despedimos, eu fiquei com a mulher ainda um pouco lá fora e a colega minha com os dois meus foram saindo.
Logo que comecei a fazer o caminho atrás deles é que foi o problema.
Num dado momento, se distanciaram muito de mim e eu fui caminhando, fazendo todo o trajeto sozinha.
Fui andando; atravessei casas indo por dentro delas; passei debaixo de cercas; subi morros, desci; entrei em casas novamente, saí; cortei caminho no meio do mato; subi degraus de terra; escalei barrancos; pulei degraus de pedaços de tijolos.
Atravessei uma casa com gente almoçando.
Caminhei bastante por ruas largas; entrei de novo e outra vez em casa com gente no chão, comendo.
Encontrei pessoas em bancos num lugar onde parecia ser uma pracinha; escura, sombria.
Perguntava pelos meus acompanhantes e ninguém sabia me informar nada.
Depois de muito andar nesse labirinto maluco, encontrei-os novamente, porém, a colega não estava mais com eles.
E recomeçou de novo; agora com os três.
Atravessamos pontes, túneis escuros, becos com gente querendo passar as mãos numas roupas  que eu trazia debaixo de um dos braços. Gente puxando pela blusa.
Às vezes, meu neto ou filho se distanciava de nós e eu tinha que correr muito atrás dele. 
Alcançava-o, cansada.
Depois de algum tempo percebi que as roupas que carregava haviam sumido de mim.
Continuamos a percorrer essa verdadeira via crucis; eu já esgotada.
Foi aí que de um sobressalto acordei.
Passei o dia com dores nas pernas e fadigada.
? ! 

Laura Válio

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