Onde a gente coloca a vontade que às vezes tem de chamar, de gritar pela senhora?
E a saudade? É sofrida e tem que deixá-la contida, doída, latejando escondida...
A vida vai seguindo, porém, mãe é como Deus: não sai do pensamento as vinte e quatro horas do dia.
Como faz falta!
As nossas conversas, nossas risadas. A senhora chegando de mansinho em casa e quando eu percebia já estava instalada no mesmo lugar, no cantinho do sofá.
É triste; cada vez que sento em minha sala, a lembrança me esbarra e vez ou outra eu choro ali sozinha.
Que bom se estivesse aqui curtindo o seu bisneto, meu neto, comigo!
Aqueles tapinhas nas costas, e que era de praxe, que dava em cada abraço esperado, ansiado, principalmente dos netos.
Os Natais, os aniversários cheios de pessoas que a adoravam, a estimavam.
As dancinhas suas, a pinguinha - que gostava de um gole todo dia tomar -, os karaokês que amava de paixão ver a gente cantar. Até pedia pra gravar!
Os panetones, as carnes assadas, os doces, as comidas, todos inesquecíveis, que só a senhora sabia fazer, e como ninguém. Nunca mais comi quitutes iguais aos seus também.
Tudo está na lembrança registrado, guardado a sete chaves, e jamais será esquecido nem perdido enquanto eu viver, enquanto eu tiver cabeça e enquanto eu não morrer.
Espero reencontrá-la um dia.
Até lá!
A benção, mãezinha!
Laura Válio.
Nenhum comentário:
Postar um comentário