terça-feira, 21 de fevereiro de 2017

SEMPRE SERÁ ASSIM

Estamos no mesmo barco remando contra as correntezas da vida.
Vamos indo, vamos levando.
Um dia, elas nos engolem a todos, não vai restar nenhum.
Quando eu morrer, não quero choro, nem vela, nem fita amarela.
Não quero ninguém na repetição: - que dó dela!
Dó do que? Eu não estarei mais aqui!
Pra onde vou depois, se é que vamos, não sei. Só espero que lá não continue vendo o que se passa cá. Aí, eu ficarei muito triste, não quero ver os meus aqui embaixo, levando a vida sofrendo.
Se alguém chorar em cima do meu caixão e eu estiver vendo, vou dar um safanão.
Se flores também me depositarem, farei uma ventania formar e pétalas pra todo lado voar.
Flores em vida, já diz uma música. Que farei com elas depois?
Oração é o que vamos precisar para a luz na subida alcançar. 
Meus restos quero que sejam colocados junto com a minha mãezinha; de preferência numa tardinha.
O sol já espero se pondo e uma melodia ao longe tocando.
Quero descanso, quero orações de pessoas não fingidas, que essas com certeza serão bem vindas.
A vida é assim; continua pra quem fica. 
Quem foi, foi; quem não foi, um dia vai...

Laura Válio

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